Líder mundial na geração de energia limpa e renovável

Responsabilidade Social
Itaipu apresenta resultados do Coleta Solidária na Expocatadores 2014
Tamanho da letra
05/12/2014

A Itaipu apresentou, na 5º edição da Expocatadores 2014, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo (SP), os resultados de sucesso do Programa Coleta Solidária, que conta hoje com mais de 2,4 mil catadores de materiais recicláveis, organizados em cinco associações e três cooperativas nos 29 municípios da Bacia do Paraná 3. Esta foi a quinta participação da usina no evento, que este ano aconteceu de segunda (1º) a quarta-feira (3).

Itaipu foi representada pelo diretor-geral brasileiro, Jorge Samek, e pelo diretor de Coordenação, Nelton Friederich. Mais de 40 lideranças da região estiveram presentes. A Expocatadores, os importante evento de catadores de reciclados do Brasil, teve também a participação da presidente Dilma Rousseff.

Segundo Friederich, foi um grande momento para a categoria e para a empresa. “Itaipu está na Expocatadores desde a primeira edição. Isso demonstra a opção da empresa pelos segmentos mais fragilizados. Nesse período, observamos uma transformação na realidade social dos catadores. Hoje eles estão mais bem organizados, mostrando sua importância econômica, social, ambiental e até cultural. O mais importante é que isso dignificou a vida e a atividades deles”, reforçou.
    
Este ano o evento teve como abordagem o tema “inclusão social, meio ambiente e reciclagem”. O espaço reuniu empresas e fabricantes de equipamentos para coleta seletiva, o que possibilitou aos catadores e fabricantes uma relação comercial, conhecer novos equipamentos e o valor dos produtos. Segundo o coordenador do Movimento Nacional dos Catadores de Reciclado (MNCR), Luiz Henrique da Silva, a proposta é colocar empresários e catadores no mesmo horizonte. “Queríamos deixar a sociedade civil, os catadores, o poder público e os empresários no mesmo espaço. Antes éramos seres esquecidos, hoje somos vistos como empreendedores”, avalia.

Durante o evento, Friedrich presenteou Dilma com um quadro feito por Luiz Nakasoni, empregado da Itaipu, feito com materiais reciclados. A obra é uma releitura do traço do artista plástico Romero Brito com o rosto da presidente.

Nova realidade

Durante a Expocatadores, a presidente lembrou que o evento é a concretização de todas as políticas públicas realizadas até o momento desde o governo Lula. “Criando a cooperação, eles [catadores] se modernizam, sem mudar a característica de redes de cooperativas. Mostram cada vez mais um exemplo de eficiência no trato do lixo, uma capacidade de processar todos os resíduos. São verdadeiros catadores de futuro.”
   
Samek reforçou o que disse a presidente. A própria missão de Itaipu foi ampliada em 2003, por orientação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O presidente me disse que, além de produzir energia, tínhamos que considerar também o componente humano e, a partir daí, começamos a trabalhar com os catadores. O programa Coleta Solidaria está em todos os municípios da Bacia do Paraná 3, sem que nenhuma criança trabalhe no manejo desse material. E há filhos de catadores que pela atividade dos pais hoje estão formados”, disse Samek.

Cidades sustentáveis
 
Para Samek, o sucesso do programa Coleta Solidária está em sua concepção, em sua gênese, que prevê a parceria com as lideranças locais e o envolvimento comunitário e de todos seus parceiros. “Itaipu não faz nada sozinha”.
 
Feliz Ranzan, presidente do programa Coleta Seletiva de Vera Cruz do Oeste (PR), lembra bem como a vida de catador era dura. “Quando eu assumi a presidência, éramos apenas três catadores e o salário era de R$ 100 por mês, hoje somos 12 catadores e a renda média é de R$ 1.300. Itaipu foi uma grande parceira, nos incentivando e orientando”, elogia.
 
Antônio Henrique Correia, responsável pela associação de catadores de Santa Terezinha de Itaipu, diz que a condição do trabalhador dignificou ao longo desses anos e uma das conquistas foi a abolição do carrinho na cidade. “A prefeitura assumiu todo o processo da coleta e o catador não precisa percorrer quilômetros para recolher o material, o trabalho dele hoje é fazer a triagem e separação no barracão”, explica.
 
Ainda segundo Correia, o município tem 22 mil habitantes e coleta 100 toneladas, o equivalente a 66% de todo lixo produzido na cidade, bem acima da média nacional.
 
“Na maioria dos municípios do Brasil, o catador ainda está nas ruas e nos lixões, debaixo do sol e ainda passa por humilhações. Em Santa Terezinha, ele está em um local coberto e seguro fazendo a triagem e venda do material."
 
Caminhos para o futuro
 
Mesmo com todos os avanços, ainda falta vontade política dos municípios para uma forte adesão em massa dessa categoria. De acordo com o Movimento Nacional de Catadores de Reciclados (MNRC), estima-se que existam entre 800 mil e 1 milhão de pessoas que trabalham como catadores. Desse total, apenas 85 mil estão organizados. O  restante ainda está nas ruas e nos lixões do País.
 
Para o coordenador do MNCR, Luiz Henrique da Silva, há ainda um longo caminho a seguir. “Temos desafios, conquistas e derrotas a compartilhar: o nosso principal desafio é se preparar para atender as exigências da nova etapa da Política Nacional de Resíduos Sólidos com a gestão compartilhada entre sociedade, catadores e poder público”.
 
Para se ter ideia, hoje apenas 18% dos municípios brasileiros possuem coleta seletiva. Nelton Friedrich reconhece que mudanças importantes ainda precisam acontecer. “Ainda é preciso ter os catadores na agenda política de cada município. Conseguimos que os 29 municípios da BP3 tivessem uma política específica para essa categoria."
 
A presidente Dilma Rousseff garantiu que, na sua próxima gestão, o governo federal terá um empenho ainda maior para cumpir os investimentos e metas previstos e para aumentar a inclusão e renda dos trabalhadores da reciclagem. Dilma fez ainda um balanço dos últimos anos e das políticas que buscam corrigir distorções sociais de grupos que historicamente foram esquecidos pelo poder público.
 
“Nossa caminhada é longa, nós viemos nesses 12 anos construindo políticas que nos vão permitir beneficiar mais de mil empreendimentos e 30 mil catadores com ações de capacitação, assessoramento técnico, construção de galpões e aquisição de equipamentos e caminhões."
   
Segundo Friedrich, há 12 anos os catadores não existiam nas políticas brasileiras. "Seria inimaginável pensar que eles realizariam uma feira de negócios no maior centro de convenções da América Latina com a presença da dirigente máxima da nação."