Hoje (3), às 10 horas, no município de Diamante do Oeste, a Funai e a Itaipu Binacional entregarão uma área de 242 hectares para implantação da aldeia indígena Itamarã (palavra  que significa “diamante”), no município de Diamante do Oeste. A iniciativa faz parte das ações do programa Sustentabilidade das Comunidades Indígenas, do Cultivando Água Boa, criado pela Itaipu. 

Estarão presentes o prefeito de Diamante do Oeste, Faustino Magalhães, caciques e líderes das comunidades indígenas, o diretor-geral brasileiro da Itaipu e o diretor de Coordenação, Jorge Samek e Nelton Friedrich, e o representante da Funai, Glênio da Costa Alvarez, entre outras autoridades e lideranças regionais.

A conquista da terra

Em 2003, 17 famílias de índios avá-guarani abandonaram a comunidade do Ocoy, de São Miguel do Iguaçu. A saída se deveu à desproporção na relação entre terra disponível (pouca) e número de  habitantes (muitos), o que causava um acentuado desequilíbrio, tornando a aldeia foco de  conflitos. O grupo de 17 famílias partiu então em busca de outra área.

Inicialmente, o grupo ocupou uma área no município de Terra Roxa, depois juntou-se ao tekoha Añetete, em Diamante do Oeste, em seguida ocupou uma área na faixa de proteção do reservatório da Itaipu em Santa Helena e, finalmente, voltou a Diamante do Oeste, estabelecendo-se em área cedida pela Prefeitura. Mas agora, com a entrega da área adquirida pela Funai, consolida-se a aldeia Itamarã e acaba o problema da falta de terra para esse grupo. 

Convênios

No mesmo ato,  serão assinados convênios que darão início às ações de 2007 nas comunidades indígenas de Diamante do Oeste (tekohas Añetete e Itamarã) e entregue, pelo  Conselho de Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros, a ordem de serviço para o início das obras de construção da Casa de Reza no tekoha Añetete. Neste ano, o programa Sustentabilidade das Comunidades Indígenas, do Cultivando Água Boa, da Itaipu Binacional, desenvolverá as seguintes ações:

No tekoha Itamarã: preparo de 120 hectares de solo; aquisição de insumos, sementes, animais de tração, vacas de leite e ferramentas agrícolas; incentivo à apicultura; implantação do projeto Plantas Medicinais; incentivo à produção e comercialização do artesanato; incentivo à fruticultura; e apoio a visitas técnicas.

No tekoha Añetete: preparo de 150 hectares de solo; cascalhamento de estradas; aquisição de insumos e sementes, animais de tração e ferramentas agrícolas; incentivo à apicultura, cultivo de erva-mate e eucalipto; continuidade do projeto Plantas Medicinais; incentivo à produção e comercialização do artesanato; incentivo à fruticultura; e apoio a visitas técnicas.

Os convênios para as ações a serem realizadas na comunidade do Ocoy serão formalizadas na próxima reunião do Comitê Gestor do programa, em São Miguel do Iguaçu.