Brasil e Paraguai intensificam as ações de combate à dengue na região de fronteira. As metas do plano para o controle da doença na região foram discutidas ontem pelo GT Itaipu Saúde, que reúne representantes dos ministérios da Saúde dos dois países, a Vigilância em Saúde dos municípios fronteiriços e a Itaipu Binacional.

O Paraguai enfrenta hoje uma epidemia da doença, com 7 mil casos notificados desde o início do ano. Já no Brasil, a situação mais grave é no Mato Grosso do Sul. Foram 13 mil casos notificados só no mês passado.

O Plano Regional de Intensificação das Ações de Controle da Dengue no Mercosul – elaborado em conjunto pelos países do bloco - tem como objetivo traçar e adotar uma estratégia integrada para reduzir os índices de infestação do Aedes aegypti - mosquito transmissor da dengue.

Entre outras iniciativas, o plano prevê a elaboração de programas permanentes de prevenção e controle da dengue, como campanhas de informação e de mobilização de pessoas, assim como o fortalecimento da vigilância epidemiológica nos países mobilizados. “É necessário que os países busquem a implementação das ações do Plano para enfrentar as epidemias de dengue”, diz Glauco Oliveira, consultor do Ministério da Saúde do Brasil. Itaipu colabora nesse trabalho apoiando as ações desenvolvidas pelas autoridades sanitárias do Brasil e Paraguai.

A dengue é um dos principais problemas de saúde pública do mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 80 milhões de pessoas se infectem anualmente em 100 países. Cerca de 550 mil doentes necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em conseqüência da dengue. No Paraguai, a dengue apresenta alta incidência. De acordo com a Dra. Luz Romero de Molinas, diretora de Coordenação de Regiões Sanitárias do Ministério de Saúde do Paraguai, só neste ano foram notificados 7 mil casos de dengue. O problema é maior na capital Assunção, que já registrou três mortes em conseqüência de dengue hemorrágica, a forma mais grave da doença.

No Departamento (Estado) de Alto Paraná, na fronteira, há 333 notificações de dengue clássica, mas a suspeita é de que o número seja bem maior, já que a maioria dos casos não é notificada.

Por determinação do diretor-geral paraguaio da Itaipu Binacional,  Víctor Bernal Garay, no país vizinho, a empresa vem contribuindo de forma sistemática para diminuir a incidência da doença. O trabalho é feito com a compra de equipamentos, capacitação e apoio financeiro para agentes sanitários, explica Carlos Gonzalez, assessor do diretor-geral paraguaio para assuntos de saúde.

Em Foz do Iguaçu, este ano foram notificados 156 casos de dengue. Dos quais 35 foram confirmados laboratorialmente. Desse total, 27 são autóctones e 8 importados, cinco deles do Paraguai e três de outras regiões do Brasil. Segundo Joel de Lima, coordenador do Grupo de Trabalho Itaipu Saúde, a empresa dará o apoio necessário aos municípios fronteiriços nos trabalhos de combate à dengue.