Líder mundial na geração de energia limpa e renovável

Sala de Imprensa
Fórum vai discutir alternativas para produção de leite e de pescado
Tamanho da letra
03/08/2015

O Programa Oeste em Desenvolvimento, que tem apoio de Itaipu Binacional, vai discutir no próximo dia 25 de agosto, às 19h, no Teatro Municipal de Cascavel, durante o Fórum de Desenvolvimento do Território Oeste, alternativas para o fortalecimento das cadeias produtivas do leite e do pescado. Também apoiam a iniciativa a Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI), Sebrae, Caciopar, Amop, Unioeste, Fiep, Sistema Cooperativo – entre outros parceiros.

Diferentemente das cadeias produtivas de aves e de suínos, que crescem cerca de 10% ao ano, a produção de leite e pescado não é o negócio principal na maioria dos sítios e fazendas.

No entanto, segundo Emilson Zabott, produtor de pescado e vice-presidente do Sindicato Rural de Palotina, há um mercado muito promissor para o peixe da região. O que falta é investimento. “É uma atividade de extrema importância para o oeste. Mas ainda não é vista como integrante do agronegócio”, disse. E completou: “Esperamos que o Oeste em Desenvolvimento consiga dar esta visibilidade”.

O grande volume de peixe importado demonstra que há espaço para crescimento tanto dentro do País, como no mercado externo. Nos últimos três anos, a importação de pescado aumentou 100%. Em 2010, o Brasil importava 188 mil toneladas; em 2013, 376 mil toneladas de pescado entraram no País vindas principalmente da China e do Chile.

“Mercado temos. Mas, além de se organizarem, os produtores precisam, sobretudo, de assistência técnica e linhas de crédito para construir tanques e equipar a propriedade. E equipar a propriedade não significa comprar tudo pronto. Precisamos criar mecanismos para a inovação com foco nas demandas regionais. Temos muitas competências”, avaliou Jaime Nelson Nascimento, representante da Itaipu no Oeste em Desenvolvimento.

O leite

A produção de leite também é uma das atividades econômicas importantes no oeste paranaense – responsável por 25% do que se produz no Estado e 3,3% da produção brasileira. No entanto, segundo especialistas, há potencial para aumentar consideravelmente esse número.

Tanto o oeste como todas as demais regiões do País precisam investir na qualidade do produto. Hoje, os grandes exportadores são a Austrália e Nova Zelândia. Ambos os países consomem apenas 10% de sua produção.

Qualidade e produtividade, de acordo com o engenheiro agrônomo José Miguel Pretto, não estão diretamente relacionadas ao número de vacas, mas aos equipamentos adequados para a coleta, como resfriadores de expansão (mantém o leite em boa qualidade por mais tempo), ordenhadeiras e pastagens adequadas para alimentar os animais. “Com pouco investimento é possível triplicar a renda, pois a região Sul e o oeste paraense já possuem dois fatores principais que é o solo e o clima”, afirmou Pretto.

Lucro

Se os produtores compararem a lucratividade da soja com a do leite, segundo Pretto, investirão no leite. Por exemplo, em uma área de 10 hectares plantando soja é possível obter uma renda líquida anual de R$ 15 mil. No mesmo espaço, com uma média de 30 vacas bem cuidadas e com o uso da tecnologia, garante-se uma renda líquida mensal de até R$ 8 mil.

Foi essa comparação que incentivou José Cechhin a investir no leite em Santa Helena, município 120 quilômetros distante de Foz do Iguaçu. A dedicação dele serve de exemplo para outros pequenos produtores da região. Em apenas dois hectares e 15 vacas ele produz 280 litros da bebida por dia, enquanto outros conseguem apenas 150 litros.

A diferença está no modo como trabalha. Além de ter a propriedade mecanizada, mantém os animais bem alimentados e cuidados. “A higiene e o cuidado com as vacas são fundamentais para um leite de qualidade e um bom valor de mercado”, disse.

Na ponta do lápis, ele consegue uma receita líquida mensal de R$ 3,5 mil. No mesmo espaço, se plantasse soja, alcançaria R$ 500 por mês. “Acredito que posso melhorar e crescer ainda mais. Vou trabalhar para isso”.