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Filme "Precisamos falar com os homens" mostra os impactos do machismo
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07/12/2016
 
O machismo não só aprisiona os homens, mas as mulheres também a estereótipos. Precisamos falar com os homens? Uma jornada pela igualdade de gênero, filme produzido pelo O Boticário, propõe uma mudança de comportamento. A própria ONU acredita que somos todos e todas reprodutores e vítimas do machismo. E isso porque vivemos numa sociedade sexista. É natural refletirmos esse aspecto. “Ninguém está imune a isso”, diz a ONU Mulheres.
 
Nesta terça-feira (6), Dia da Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, a Itaipu e a Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI) promoveram, em Curitiba e em Foz do Iguaçu, a Sessão Pipoca e Roda de Conversa, para a exibição do documentário, que pode ser acessado na internet pelo Vimeo, no link https://vimeo.com/189810968. Mais de 100 pessoas participaram, nas duas cidades.
 
Com uma narrativa que envolve homens e mulheres sobre o tema, o filme traz uma abordagem diferente sobre equidade gênero. A mulher é, sem dúvida, a maior vítima do machismo. Mas eles também acabam sendo. O problema muitas vezes começa em casa. Por isso, é “possível termos empatia e ampliar a nossa visão do problema, entendendo que a dor de um não anula a dor do outro”, ressalta o filme.
 
O documentário é dividido em diversos depoimentos. Homens contam como são submetidos a inúmeros casos de bullying desde crianças e forçados a ter uma postura de valentão que, muitas vezes, não condiz com o que pensam. Ainda na adolescência ou na juventude, se não ficam com uma garota numa festa, por exemplo, logo são chamados de gays. Transformam a opção sexual num xingamento, o que fortalece ainda mais o estereótipo. E quando de fato são gays, não são respeitados. No caso dos negros, a situação ainda piora, de acordo com outro entrevistado.
 
Ele conta que sempre teve vocação para as artes, mas o estereótipo do homem da cor dele sempre esteve ligado ao trabalho pesado, à construção civil. Desconstruir isso foi muito difícil. Se assumir então como homossexual foi pior ainda.
 
Vítimas de assédios, estupros, as mulheres são violadas em seus direitos de serem livres para serem o que quiserem. Sempre terá alguém apontado um dedo, porque dentro de casa, ainda é muito comum a reprodução do machismo. Falta cultura de gênero, diz a diretora financeira executiva, Margaret Groff, que mandou um vídeo para a abertura do evento.
 
"É preciso desconstruir o machismo, libertar homens e mulheres de uma cultura que aprisiona; não permite que a sociedade caminhe para o avanço necessário rumo aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)". A agenda mundial adotada pela Cúpula das Nações Unidas para o Clima prevê 17 objetivos e 169 metas a serem cumpridas até 2030. O objetivo de número 5 prevê a igualdade de gênero. "E, quanto mais rápido nós, brasileiros e brasileiras, atinjamos o objetivo preconizado pela ONU, mais nos beneficiaremos disso", conclui a diretora.
 
“Eu gostei muito do filme, porque ele não só propõe um tratamento mais igualitário para as mulheres e mostra que elas são mesmo mais discriminadas, mas também nos dá ideias de como podemos nos sentir mais seguros da nossa masculinidade sem sermos machistas”, diz o motorista Marcos Roberto Rodrigues. E complementa. “Eu me vi em muito nas situações descritas no documentário”. 
 
A adolescente Rafaela Stevens, participante do Programa de Iniciação e Incentivo ao Trabalho, da Itaipu, achou o filme muito interessante. “Além de apresentar dados tão ricos, eu não imaginava que a questão de gênero tinha um impacto tão grande tanto para os homens quanto para as mulheres. Foi um aprendizado.”
 
A professora Silvia Lilian Ferro, da Universidade Federal de Integração Latino-Americana, enfatizou que a luta contra a violência de gênero é um capítulo à parte na história da humanidade, que sempre viveu em conflitos, mas acabaram encontrando formas de superá-los.
 
Jéssica Lima, do PTI, convidou a todos os participantes a aderir à campanha HeForshe (Eles por Elas, no Brasil, de mobilização, da ONU Mulheres, para incentivar igualdade de gênero. No escritório de Curitiba o convite também foi feito.
 
Poucas mulheres no comando 
 
Uma em cada três mulheres sofre violência de algum homem ao longo da vida. Entre as 500 maiores empresas do mundo, menos de 5% possuem CEOs mulheres. Com base nesses dados, a ONU Mulheres e o portal PapodeHomem, com viabilização do Grupo Boticário, promoveram uma pesquisa nacional para entender como os homens poderiam participar do diálogo pela igualdade de gênero.
 
A proposta era identificar como as mulheres percebem o papel dos homens na sua vida e na sociedade hoje, apontando as principais tensões culturais que geram sofrimento e desigualdade entre os gêneros.
 
O trabalho faz parte do movimento global ElesPorElas (HeForShe), lançada pela ONU Mulheres em 2014 por meio de um vídeo de grande popularidade com a atriz Emma Watson. Uma das propostas centrais é investigar como se formam, se sustentam e de que modo é possível enfrentar os estereótipos masculinos nocivos, que perpetuam a desigualdade de gênero.
 
Documentário
 
No âmbito do movimento #ElesPorElas (HeForShe), o documentário “Precisamos falar com os homens? Uma jornada pela igualdade de gênero” procura aproximar os homens desse tema tão importante. O objetivo é mostrar que a igualdade de gênero é uma questão que afeta a todos e todas e que, portanto, é benéfica a homens e mulheres.
 
A desigualdade de gênero é uma das violações mais persistentes de direitos humanos do nosso tempo. Ainda que estejamos caminhando para uma realidade mais igualitária entre homens e mulheres, ainda há muito a se construir. (Fonte ONU Mulheres)