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Meio Ambiente
FAO promove em Foz pacto pela conservação das águas no Brasil
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19/03/2007

A FAO, agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, promove nesta quinta-feira (22), Dia Mundial da Água, um pacto nacional pela conservação das águas no Brasil.

 

O encontro será em Foz do Iguaçu, símbolo da riqueza hídrica do país, onde estão as Cataratas do Iguaçu e a Itaipu Binacional, a maior usina hidrelétrica do mundo em geração de energia.

 

Representantes de órgãos de governo gestores dos recursos hídricos, grandes consumidores e organizações do terceiro setor vão debater medidas para melhorar o aproveitamento da água em regiões onde ela é escassa, e também para diminuir a poluição e oferecer um sistema de abastecimento amplo e confiável.

 

Estão confirmadas as presenças da ministra do Meio Ambiente Marina Silva, do presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), do representante da FAO no Brasil, José Tubino, dos presidentes da Agência Nacional de Águas (ANA), José Machado, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, e da Fundação Roberto Marinho, José Roberto Marinho, além do diretor-geral da Itaipu, Jorge Samek.

 

Participam ainda do fórum de discussões a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Fundação Banco do Brasil.

 

Instituído por recomendação da Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento do Rio de Janeiro, a Rio-92, o Dia Mundial da Água existe para chamar a atenção da humanidade para a importância da água. Neste ano, o tema das comemorações é “Lidar com a escassez de água”. E, no dia 22, haverá reuniões para discutir o assunto em todos os países integrantes da ONU.

 

Em Foz do Iguaçu, seminários vão avaliar os avanços da chamada Lei das Águas, que estabeleceu o Plano Nacional de Recursos Hídricos e completa dez anos de existência em 2007, além de abordar experiências de sucesso e boas práticas voltadas à conservação da água. A Itaipu apresentará os resultados do programa Cultivando Água Boa, que desenvolve ações de proteção ambiental em 29 municípios da Bacia Hidrográfica do Paraná III.

 

Ao final, os participantes assinarão uma carta de princípios em que se comprometem a unir esforços para promover o uso eficiente da água junto à comunidade, à indústria e à agricultura. Apresentações da cantora Maria Bethânia e do balé do Teatro Guaíra encerram as celebrações do Dia Mundial da Água nas Cataratas do Iguaçu.

 

Contraste – O pacto nacional pela conservação das águas vai ocorrer no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), a menos de 3 km do reservatório da barragem da Itaipu, que represa 29 bilhões de metros cúbicos de água – volume suficiente para distribuir 5 mil litros de água para cada habitante do planeta.

 

No entanto, embora detenha 12% das reservas de água doce do mundo, ainda assim o Brasil está sujeito ao desabastecimento, alerta o representante da FAO no país, Jose Tubino. Para ele, pouco adianta a quantidade abundante de água, se não houver uma preocupação permanente das autoridades e dos consumidores com a sua qualidade.

 

“O Parque Tecnológico de Itaipu é um lugar propício para discutirmos a escassez de água. Em um raio de 30 km, temos água em quantidade e qualidade nas Cataratas do Iguaçu e na Itaipu. É uma situação ideal. Mas, infelizmente, não é a que ocorre na maioria das regiões do país, onde temos a poluição dos rios e a destruição das nascentes”, adverte.

 

O Brasil ainda sofre com a má distribuição geográfica dos recursos hídricos disponíveis. O presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), José Machado, observa que a Amazônia abriga 74% da disponibilidade de água do país, mas vivem nela menos de 5% dos brasileiros. E as interferências do homem nas demais regiões só agravam este quadro.

 

“Há água em abundância em locais pouco habitados, enquanto os grandes centros urbanos agridem o ecossistema, interferem no ciclo hídrico e provocam a falta de água no solo. Até existe água nestas regiões, mas ela não penetra na terra e evapora rapidamente. Quando o efeito esponja deixa de existir, aumentam a erosão e a freqüência de catástrofes naturais”, alerta.

 

Para o diretor-geral da Itaipu, Jorge Samek, a celebração do Dia Mundial da Água em Foz do Iguaçu é a oportunidade ideal para o lançamento de uma agenda positiva em defesa da água. “É hora de somarmos esforços, de assumirmos uma atitude e não apenas celebrarmos uma data. Temos de dar continuidade ao trabalho de conscientização no dia-a-dia”, defende.