Turismo
Exposição “Lágrimas de São Pedro” valoriza terra das águas
21/03/2014
Na véspera do Dia Mundial da Água, a exposição “Lágrimas de São Pedro”, do artista Vinícius S.A., ressalta a importância de Foz do Iguaçu como local privilegiado por este recurso natural, matéria-prima principal da mostra, aberta nesta sexta-feira (21) no Ecomuseu de Itaipu. A visitação da obra criada pelo artista baiano Vinícius Silva de Almeida (Vinícius S.A.) segue até 18 de maio. Até lá, o Ecomuseu permanece com a mostra paralela do mesmo autor com o tema “Fluidos”, também uma reflexão sobre a água. A entrada é gratuita para moradores de Foz do Iguaçu e da Bacia do Paraná 3. Turistas pagam R$ 10. “Trazer essa mostra para cá foi uma forma de homenagearmos o Dia Mundial da Água, recurso abundante com o qual geramos energia”, disse o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, durante a cerimônia de abertura. “Estamos sobre o Aquífero Guarani, nossa maior reserva de água doce, e são as águas que fazem o espetáculo das Cataratas”, completou o DGB. Mais de 100 pessoas acompanharam a solenidade antes da visitação às “Lágrimas de São Pedro”. O grupo Corda e Fole, de Serranópolis do Iguaçu, foi a atração musical do evento. Na sequência, o público lotou o espaço de 80 metros quadrados onde estão instalados os 4.500 bulbos de lâmpadas cheios d’água. “Estou satisfeito com a acolhida tida aqui em Foz do Iguaçu e pela Itaipu, que realiza este trabalho incrível do Cultivando Água Boa”, disse Vinícius S.A. Chuva congelada "Lágrimas de São Pedro" simula uma chuva que paira sobre o ar e sua relação com o homem nordestino. Seca e fé são lembradas nos cântigos de louvor a São José, padroeiro do Ceará e tido como o provedor das chuvas pelo povo do Nordeste. São Pedro, por sua vez, também aparece na proposta como aquele que controla o tempo. A estudante iguaçuense Heloisa Waintuck disse se sentir privilegiada por viver em uma cidade na qual há tanta beleza natural, provida por suas águas, e ainda dispor de um espaço como o Ecomuseu, no qual se pode refletir sobre o tema. “Achei uma inovação para Foz ter uma mostra como essa. E me sinto renovada por contemplar essa beleza hoje”, afirmou. Andreia Santos, auxiliar de serviços gerais, e Eliane da Silva, cozinheira, gostaram do uso de materiais simples para compor a instalação principal. “Ficou um efeito interessante”, disseram. Para a cozinheira Maristela Lana dos Santos, o som do ambiente – com os cântigos a São José – lembram os lamentos das lavadeiras, castigadas pela falta de chuva e o trabalho pesado. “Acho que essa exposição representa isso, como se as lágrimas delas estivesse congeladas”, concluiu Maristela. O artista Vinícius Silva de Almeida (Vinícius S.A.) tem 30 anos, vive e trabalha em Salvador. Graduado em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, foi residente no programa do Kulturamt a convite do governo de Frankfurt, Alemanha. Seu interesse pelas ciências exatas o fez desenvolver uma linguagem própria, que alia o pensamento científico e práticas manuais e de baixa tecnologia a proposições de poéticas visuais. Exposição “Lágrimas de São Pedro” e mostra “Fluidos” Local: Ecomuseu de Itaipu |