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Responsabilidade Social
Escola deve ser polo irradiador da cultura avá guarani
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26/02/2016

Professores indígenas e não indígenas das escolas das comunidades Tekohã Añetete, Ocoy e Itamarã participaram, nesta quinta-feira (25), de um encontro que pretende reforçar o papel da escola como um polo irradiador da cultura avá guarani.

O evento ocorreu no Refúgio Biológico Bela Vista (RBV) de Itaipu, com a presença do antropólogo Rubem Thomaz de Almeida, do Rio de Janeiro. Ele é tido como um dos maiores pesquisadores da cultura guarani. Graduado em Ciências Econômicas e Ciências Sociais, Rubinho - como é conhecido - é mestre em Antropologia Social com ênfase em Etnologia. Também participaram das atividades lideranças das aldeias e outros profissionais das escolas Kuaa Mbo’e (Añetete), Araju Porã (Itamarã) e Teko Ñemoingo (Ocoy).

A abertura, às 10h30, foi feita pelo superintendente de Gestão Ambiental de Itaipu, Jair Kotz, após uma cerimônia mística, com uso da simbologia de sementes e do fogo, conduzida pela educadora Roseli Motter. “Entendemos que a escola é um centro irradiador da cultura avá guarani”, disse Kotz. “Sabemos pouco da cultura da região e a nossa história contada é parcial”, completou o superintendente, para quem o desconhecimento leva à discriminação, como a sofrida pelos povos indígenas.

A formação foi solicitada pelas lideranças das aldeias ao Comitê Gestor Avá Guarani e é resultado de uma parceria com a Itaipu e as escolas das comunidades. “Queremos ver o que podemos contribuir para melhorar, inovar e promover mudanças a partir da educação e respeitando cultura deles”, disse a gerente da Divisão de Ação Ambiental, Marlene Curtis, gestora do projeto Sustentabilidade das Comunidades Indígenas de Itaipu.

Programação

Neste primeiro encontro, a ideia foi atuar em duas frentes, com uma programação diferente para indígenas e não indígenas, pela manhã. À tarde, os dois grupos se reuniram para debater os resultados da experiência e definir ações futuras com apoio de Itaipu e do Comitê Avá Guarani. Uma das solicitações é que haja outro encontro desse tipo até o fim do ano.

Pela manhã, os professores indígenas e lideranças das aldeias discutiram o uso de plantas medicinais – muitas delas disponíveis nas hortas das escolas. A atividade foi conduzida pela educadora Roseli Motter e pela pedagoga Delmira Peres, vice-diretora da escola Teko Ñemoingo.

“Esperamos que os professores fiquem mais esclarecidos sobre o uso das plantas medicinais e que eles vejam o aluno também como uma semente. Cada uma diferente da outra e que precisa ser cuidada sob esta perspectiva”, afirmou Delmira.

No mesmo período, os professores não indígenas acompanharam uma palestra sobre o povo guarani, conduzida por Rubem Thomaz de Almeida. “O olhar antropológico pode contribuir para um melhor entendimento do grupo com o qual eles convivem e trabalham”, disse o professor.

Na conversa, Rubinho fez um breve resgate da história conhecida dos guaranis e dos processos de colonização pelos quais eles passaram ao longo dos últimos séculos. “Trata-se de um povo com mais de três mil anos de existência, bem mais tempo do que nós, brasileiros”.