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Institucional
Em campo, o curso sobre barragem
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22/04/2008

Os participantes do curso “Deterioração, Instrumentação e Segurança de Barragens”, que ocorreu na semana passada no Laboratório de Concreto, tiveram um dia de aula prática em Itaipu. A aula de campo ocorreu nas barragens de terra-enrocamento e na de concreto. O objetivo foi mostrar a importância das inspeções visuais e das leituras dos instrumentos de monitoramento para preservação da barragem.

 


O engenheiro João Francisco Alves fala
aos participantes do curso
Tão antiga quanto a construção de Itaipu é a preocupação com a segurança de sua barragem. Para cuidar disso, foram contratados os maiores especialistas no assunto, dentre eles, o engenheiro civil João Francisco Alves, que presta consultoria para Itaipu desde que a usina hidrelétrica era apenas traços em papel.

 

Com 35 anos de experiência em segurança de barragens, Alves já escreveu dois livros sobre o tema - "Instrumentação e Comportamento de Fundações de Barragens de Concreto" e "Instrumentação e Segurança de Barragens de Terra e Enroncamento". Dono de gestos amplos e de uma fala mansa, ele emprestou o seu conhecimento aos técnicos e engenheiros que o observavam falar no alto da barragem de enrocamento.

 

“Aqueles blocos de basalto são importantes para proteção da barragem”, disse Alves, apontando para o lago. “São feitos vários estudos para definir o tamanho e o encaixe dessas rochas”. Segundo ele, o trabalho de inspeção do comportamento desses blocos é vital para manter a barragem segura. Ele exemplifica com um caso nos Estados Unidos, em que foi preciso conter o deslocamento dos blocos para impedir que o fluxo d'água chegasse ao aterro.

 

Do outro lado – a jusante – piezômetros, medidores de recalque, drenos de alívio e cabines de instrumentação fazem seu trabalho 24 horas por dia. Entender os dados fornecidos por esses instrumentos é de suma importância para preservar a barragem. Alves explica que há um constante fluxo hídrico por baixo da barragem de terra-enrocamento o que não se configura em problema. “O importante é prever o comportamento da barragem e saber o que deve ser medido. E todas essas informações estão no projeto inicial da obra”.

 

Professor e alunos seguiram, então, para a área onde a barragem de enrocamento se encontra com a barragem principal, de concreto. Há quatro anos, foi encontrada uma fissura na divisa entre as barragens. Verificaram se a rachadura se aprofundava barragem adentro, mas foi observado que se tratava de uma fissura superficial. Trabalhos como esse são feitos há cada seis meses, quando Alves e outros consultores analisam os relatórios de monitoramento e sugerem medidas.

 

“Itaipu tem um grande controle da segurança de sua barragem, com um monitoramento constante”, afirmou Alves, informando que nunca houve problemas que fugissem do controle dos responsáveis pelo monitoramento. Em 1996, o engenheiro pôde observar uma comitiva de norte-americanos voltar para casa boquiabertos com a competência de Itaipu no tema. “Itaipu é referência mundial em segurança de barragens”, ressalta.

 

O curso faz parte do programa de gestão de conhecimento de Itaipu. Todas as aulas teóricas foram gravadas e poderão ser consultadas na intranet. “Como não há cursos externos sobre o assunto, a própria usina capacita seus técnicos e engenheiros na questão da segurança de barragem”, disse a coordenadora do curso, Silvia Frazão, do Laboratório de Concreto.