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Meio Ambiente
Educação Ambiental une países da Bacia do Prata
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31/08/2006

Especialistas dos cinco países da Bacia do Prata (Brasil, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Argentina), reunidos em Foz do Iguaçu, decidiram lançar um programa piloto de Educação Ambiental na região. A idéia, nesta fase inicial, é treinar aproximadamente 500 educadores (100 de cada país) nos próximos dois anos, com um investimento inicial de R$ 1,5 milhão. A iniciativa contará com o apoio de um centro a ser implantado no Parque Tecnológico Itaipu. “A filosofia do centro será permitir o diálogo entre as várias culturas do Prata, unindo os saberes científico, tradicional e popular”, afirmou o diretor de Coordenação da Itaipu Binacional, Nelton Friedrich.

 

A finalização do texto base do programa foi realizada nos últimos dois dias, em Foz do Iguaçu, no I Encontro de Educadores da Bacia do Prata, promovido pela Itaipu, ministérios do Meio Ambiente e da Educação e a Coordenação de Educação Ambiental do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). O coordenador do PNUMA, o mexicano Enrique Leff, fez uma avaliação positiva do evento. “A interação entre esses países lança uma perspectiva muito promissora para o futuro da Educação Ambiental na região”, avaliou.

 

Segundo o executivo do Órgão Gestor de Educação Ambiental do governo brasileiro, Marcos Sorrentino, a iniciativa vai aproveitar a experiência do programa de Formação de Educadores Ambientais (FEA), que foi implantado de forma pioneira na região de Foz do Iguaçu, com o apoio de 43 instituições e 34 prefeituras. Hoje, existem 60 experiências semelhantes em todo o país e a idéia é chegar a 300 até o final deste ano. “Apesar de o FEA fornecer uma base, a metodologia e os conteúdos serão adaptados de acordo com a realidade de cada país”, explicou Sorrentino.

 

No Brasil, em cada Coletivo Educador, reúnem-se cerca de 100 pessoas (em Foz são 300), dos mais diversos graus de instrução e atividades profissionais. O objetivo do FEA é deflagrar um verdadeiro processo cultural, de modo a incorporar a educação ambiental na vida comunitária. Quando formados, os educadores não serão remunerados. A idéia é que cada um contribua para a difusão das práticas ambientais dentro de seus modos de vida. “Queremos criar uma rede que funcione de maneira independente de governos”, informou Sorrentino.

 

Outro compromisso assumido no encontro de Foz do Iguaçu é coordenar as ações ambientais dos ministérios do Meio Ambiente e da Educação dos cinco países e aumentar o intercâmbio entre pesquisadores e educadores. Segundo Rachel Trajber, coordenadora de Educação Ambiental do MEC, as experiências que estão sendo desenvolvidas na região de Foz deverão ser replicadas em outros pontos do país. “É importante que esses saberes sobre bacias hidrográficas cheguem às escolas como forma de democratizar o conhecimento ambiental”, disse Rachel.

 

Com o apoio do Parque Tecnológico de Itaipu, o objetivo é garantir a utilização de tecnologias de informação e de comunicação para desenvolver projetos educacionais presenciais e à distância. O encontro realizado em Itaipu contemplou três eixos de discussões: a coordenação de ações ambientais na Bacia do Prata; a Educação Ambiental; e a implantação de um centro para apoiar esses dois eixos.