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Ecomuseu de Itaipu abre exposição de Guido Viaro e mostra de fotografias subaquáticas
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28/03/2007

O Ecomuseu inaugura hoje (quinta-feira, 29), às 20h, em Foz do Iguaçu, as exposições "As mulheres na arte de Viaro" e "Ecossistemas aquáticos: conhecer para conservar". As mostras ficam abertas no Espaço das Artes até 16 de setembro. A programação faz parte das comemorações do Mês da Mulher. 

 

A exposição "As Mulheres na Arte de Viaro", apresenta gravuras, pinturas e desenhos de Guido Viaro. Já a mostra "Ecossistemas Aquáticos: conhecer para conservar”  reúne cerca de 50 trabalhos de fotógrafos subaquáticos de renome.

 

Mulheres de Viaro

 

Parte da exposição original de Guido Viara foi adaptada com a temática mulher para a mostra no Ecomuseu. A curadora Maria José Justino fará uma palestra sobre o pintor, sexta-feira pela manhã, para artistas, educadores e público em geral. Na abertura da exposição será lançado um livro e um DVD sobre o pintor. O DVD “Revelando Viaro”, de Juliano Sandrini, apresenta mais de mil reproduções da obra artística do pintor italiano radicado no Paraná. 

 

O livro "Guido Viaro, Um Visionário da Arte", trabalho de pesquisa que originou a exposição apresentada até semana passada no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, é a obra mais completa sobre Guido Viaro. Ele foi escrito por Maria José Justino, doutora em estética e ciências das artes pela Universidade Paris VIII, e crítica de Arte associada às associações brasileira e internacional de Críticos de Arte.

 

Fotos subaquáticas     

   

A exposição fotográfica "Ecossistemas aquáticos: conhecer para conservar" está sendo realizada pela Comissão Nacional de Foto e Vídeo Subaquáticos e Itaipu. 

 

Os 50 trabalhos expostos mostram a biodiversidade e as riquezas submersas de rios, lagos, estuários e mares, com o intuito de despertar o espírito conservacionista e reflexões educativas sobre a conservação dos ecossistemas aquáticos no Brasil.

 

A idéia é transformar esta mostra numa exposição itinerante, como instrumento de educação ambiental do programa Cultivando Água Boa, desenvolvido na região da Bacia Hidrográfica do Paraná III. 

 

Amanhã, (sexta-feira, 30) às 19h, os organizadores da mostra, os fotógrafos Luiz Fernando Cassino e Marcelo Krause, ministrarão a palestra Fotografia Subaquáticas Aplicadas à Ciência, na Uniamérica, para acadêmicos dos cursos de Ciências Biológicas, Engenharia Ambiental, fotógrafos e público em geral. Mais informações com  Adriane, coordenadora do curso de Ciências Biológicas da Uniamérica, pelo telefone 9109-6815.

 

Guido Viaro, um moderno homem da terra 

 

Nascido na província de Badia Polesine, na Itália, em 1897, filho de pequenos agricultores, Guido Viaro conservou-se a vida toda um homem da terra: carnal, rude e generoso. O seu trajeto é uma luta constante para escapar ao realismo objetivo e duro, inclinando-se para a liberdade conquistada pela construção moderna, independentemente das vanguardas históricas. Viaro é o encontro de muitas águas: construtivo e intuitivo.

 

Na Itália dos anos 20, conhece a tradição da pintura, desde a estrutura renascentista aos macchiaioli; em breve passagem por Paris, encontra os modernos.

 

Chega ao Brasil, em São Paulo ávido pelo exercício da arte. É acolhido pela solidariedade dos imigrantes italianos, estabelecendo uma breve convivência com artistas que mais tarde iriam compor o Grupo Santa Helena, em especial Clóvis Graciano e Alfredo Volpi. 

 

Trabalhar com ilustrações e humor nas revistas e jornais italianos (Il Pasquino e Il Moscone), decoração de cafés e residências, pintura de murais, além da convivência com pessoas cultas (jornalistas, artistas, ecumênicos, profissionais liberais), não deixava de ser um exercício técnico importante para a formação artística. Mais tarde (1929), fixa-se em Curitiba. 

 

Na capital paranaense, no meio da forte influência andersiana e da tendência paranista, a pintura de Viaro vai se construindo como um contraponto. Fora dessa celeuma, inaugura uma pintura essencialmente moderna.

 

Guido Viaro foi o grande pintor moderno do Paraná que retratou a natureza paranaense impetuosamente. No início utilizando uma linguagem quase impressionista, ele foi se dirigindo em seguida para uma interpretação claramente expressionista, centrando seu interesse principalmente na paisagem que envolve o homem que está, por sua vez, diante do fato social.

 

Viaro não foi apenas pintor, mas também grande educador. Foi um pioneiro no ensino da arte para crianças, o que resultou na criação do Centro Juvenil de Artes Plásticas em Curitiba. Formou também várias gerações de artistas paranaenses como professor da Escola de Música e Belas Artes do Paraná ou nos cursos livres de seu próprio ateliê.

 

Se na pintura ele analisou o aspecto social - em cenas da vida urbana e rural e em temas religiosos com a intensidade expressionista -, nos desenhos e gravuras é encontrada a sua maior inquietação com relação à temática, à composição ou à técnica.

 

Guido Viaro morreu em Curitiba, em 1971.