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Tecnologia
Combate à aftosa terá tecnologia de Itaipu
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14/09/2007

Um software livre desenvolvido no Parque Tecnológico Itaipu (PTI) vai auxiliar os governos do Brasil e do Paraguai no monitoramento da sanidade animal em propriedades localizadas na fronteira. 

Elaborado pelo Centro Internacional de Hidroinformática, o programa Sanidade Net foi apresentado aos ministros da Agricultura do Brasil, Reinhold Stephanes, e do Paraguai, Alfredo Molinas Maldonado, durante encontro realizado ontem de manhã (sexta-feira, 14) no Edifício da Produção, em Itaipu. 

O Sanidade Net é uma contribuição da Itaipu no sentido de erradicar doenças como a febre aftosa, que afeta os bovinos e prejudica as exportações de carne.  

O software, que será entregue aos serviços de sanidade animal dos dois países, faz o mapeamento e armazena informações de propriedades rurais como o número de cabeças de gado presentes em uma determinada área e o tipo de vacina aplicada nos animais.

“Queremos adensar a credibilidade do gado brasileiro e paraguaio no mercado de carne”, explica Cícero Bley Jr., assessor do diretor-geral brasileiro. 

Todas as 2,7 mil propriedades rurais da fronteira localizadas no Paraná já foram cadastradas no Sanidade Net. Agora, a experiência será levada para o Paraguai.

O diretor-geral brasileiro, Jorge Samek, ressaltou a importância da iniciativa, que deve servir de exemplo para países vizinhos. “Os países da América do sul estão mobilizados para erradicar a febre aftosa. A integração que a Itaipu proporciona ao Brasil e Paraguai servirá de referência para o continente”, destacou. 

 

O Brasil é o maior exportador de carne de gado do mundo. Em 2005, no entanto, o registro de focos de febre aftosa fez com que países europeus suspendessem a compra de carne brasileira.
    

A reunião realizada na Itaipu foi o terceiro encontro de ministros da Agricultura de Brasil e Paraguai para discutir ações conjuntas de controle da sanidade animal, como a vacinação de animais nos dois lados da fronteira em uma mesma data, o que deve ocorrer em novembro. 

O ministro da Agricultura brasileiro enalteceu o papel da Itaipu na articulação dos dois países. Para Stephanes, a entidade possibilitou que o Brasil encontrasse no Paraguai seu parceiro mais próximo. “Vivemos o melhor momento da integração do Brasil e Paraguai”, destacou. 

O ministro paraguaio, por sua vez, demonstrou a intenção de adotar o sistema de controle de sanidade animal também nas fronteiras com Argentina e Bolívia. “É um modelo para usarmos nos limites com outros países e erradicarmos a febre aftosa”, complementou.

Saúde na Fronteira 

Políticas públicas binacionais de atenção à saúde fazem parte do cotidiano da Itaipu. Em 2003, a hidrelétrica criou o programa Saúde na Fronteira para fortalecer as ações de saúde pública voltadas à população de Brasil e Paraguai.

Orientado por um Grupo de Trabalho que conta com representantes dos Ministérios da Saúde do Brasil e do Paraguai, da Secretaria estadual de Saúde do Paraná, das Vigilâncias Sanitárias de 28 cidades brasileiras e 31 paraguaias, além da própria Itaipu, o Saúde na Fronteira beneficia direta e indiretamente os cerca de 1,5 milhão de habitantes da região do entorno da usina.

 
Entre as ações do programa estão a ampliação do atendimento pelo SUS no Hospital Ministro Costa Cavalcanti e o desenvolvimento de seminários com o objetivo de ampliar a qualidade do atendimento público.

 
Campanhas de combate às doenças epidemiológicas também são realizadas. É o caso das ações binacionais de combate à dengue e vacinações anti-rábicas realizadas todos os anos.