Líder mundial na geração de energia limpa e renovável

Responsabilidade Social
Com apoio da Itaipu, agricultores familiares passam a vender na Ceasa
Tamanho da letra
15/01/2016
Agricultores familiares da região da Bacia Hidrográfica do Paraná 3 (BP3) poderão comercializar diretamente seus produtos (alimentos in natura e processados) na Ceasa de Foz do Iguaçu. A iniciativa é resultado uma parceria entre a Ceasa, a Cooperativa da Agricultura Familiar e Solidária do Oeste do Paraná (Coafaso), com sede em Foz do Iguaçu-PR, e a Itaipu, por meio do programa Cultivando Água Boa (CAB). 
 
Antes, os agricultores dependiam de terceiros para vender na Central, o que reduzia suas margens. Agora, passam a fazer a venda direta em um box da Coafaso.
 
O contrato foi assinado dia 16 de dezembro de 2015, na sede da Ceasa-Foz, e contou com a presença do superintendente de Meio Ambiente da Itaipu, Jair Kotz, do diretor de mercado da Ceasa-Foz, Valdinei Loise dos Santos, do presidente da Coafaso, Bladimir Lazzarini, e do representante do conselho de administração da cooperativa, Antonio Bortolotto.
 
Promover a produção sustentável de alimentos na BP3, fortalecendo segmentos como a agricultura familiar e a pesca artesanal, é um dos principais objetivos do CAB, através de iniciativas como o Desenvolvimento Rural Sustentável (DRS), Plantas Medicinais e Mais Peixes em Nossas Águas. 
 
Na agricultura familiar, esse apoio se dá por meio da Rede de Assistência Técnica Rural (Ater), diversificação e beneficiamento dos produtos, além de apoio à comercialização, como no caso da parceria com a Ceasa. 
 
Como resultado desse apoio, já é possível adquirir mel, farinhas, cereais, panificados, doces e geleias, conservas diversas hortaliças, plantas medicinais e condimentos, assim como sucos e outras bebidas, peixes (inclusive filé de peixe defumado) açúcar mascavo, frango e ovos caipiras, todos oriundos dessas unidades de produção familiares apoiadas pelo CAB. 
 
“Os alimentos in natura são ofertados em diversas feiras espalhadas pela BP3, muitas delas orgânicas, proporcionando alimentos saudáveis direto do produtor ao consumidor final”, afirma o engenheiro Marcos Pagani, especialista em agricultura orgânica e biodinâmica, e diretor do ITECPRO, instituto dedicado a construir arranjos produtivos locais sustentáveis e parceiro do CAB. 
 
Para Jair Kotz, parcerias como esta com a Ceasa só são possíveis porque a região voltou a produzir alimentos em unidades agrícolas familiares. “Isso demonstra a decisão acertada do CAB e seus parceiros de incentivar a agricultura familiar na BP3”, afirmou. 
 
Esse incentivo tem levado a mais adesões às cooperativas. Bladimir Lazzarini informou todos os dias a Coafaso recebe novas propostas de filiação. Até o momento, são 383 agricultores cooperados, em cinco municípios.
 
Até o momento, a maior parte da produção agrícola familiar da BP3 tem sido destinada à merenda escolar na rede pública de ensino, graças ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Esses programas são, em grande parte, responsáveis pela permanência dessas famílias de agricultores no campo e pela e expansão de sua produção. 
 
“Em todo o mundo, segundo estimativas da FAO, cerca de 50 mil agricultores familiares abandonam suas propriedades todos os anos. Estou seguro, como engenheiro agrônomo, consultor, e incentivador dessas iniciativas, que se não houvesse esses programas, não poderíamos hoje contar essa história. A agricultura familiar teria praticamente desaparecido”, acrescenta Pagani.