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Responsabilidade Social
Casa-abrigo uma “arma” contra a violência
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07/03/2006

Ainda hoje, em véspera de mais um Dia Internacional da Mulher, a violência contra as mulheres é uma realidade. Casos como o de A.S., 35 anos, que por muito tempo sofreu com a violência do marido, fazem parte do duro cotidiano de muitas brasileiras.

 

A.S. viveu durante 16 anos em constantes agressões físicas e verbais. Foi um longo período de humilhações, que resultaram em uma baixíssima auto-estima. A.S. dependia física e emocionalmente do marido.

 

Mas essa história começou a mudar em 2004, quando depois de buscar a Delegacia da Mulher de Foz do Iguaçu, ela foi encaminhada pela própria Delegacia, à Casa-Abrigo Esperança e Vida, que completa dois anos este mês e é uma parceria entre a Itaipu Binacional e a ONG Maria Porta do Céu.

 

Durante três meses ela recebeu apoio e as condições necessárias para mudar sua vida e a das três filhas. “Eu encontrei um lar e convivemos como uma grande família”, lembra A.S, que voltou a estudar ainda na casa. Hoje, dois anos depois, ela mora com as filhas em um apartamento alugado, trabalha e cursa magistério com o sonho de um dia chegar a graduação. “Antes, eu não tinha sonhos, esperava que a vida mudasse, mas não fazia nada. Agora estou construindo minha vida e tem muitas coisas que eu quero fazer. Gostaria de dar aulas, porque tenho muito a ensinar”, fala esperançosa.

 

A história de A.S., com certeza seria outra se não fosse a casa-abrigo. De acordo com dados divulgados pela Secretaria da Segurança Pública do Paraná, as 10 Delegacias da Mulher, distribuídas em diferentes regiões do estado, registraram cerca de 15.923 ocorrências e 6.579 termos circunstanciados. Do total de ocorrências registradas ao longo de 2005, mais de 33% estão relacionadas com ameaça.

 

Segundo o levantamento feito pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SEPM), nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Roraima, Bahia, Paraná e Amapá, existem cerca de 340 Delegacias Especial Atendimento às Mulheres, 48 Centros de Referência, 11 Defensorias de Atendimento à Mulher e 81 Casas-Abrigo.

 

Foz do Iguaçu tem uma particularidade, além da casa-abrigo, que em dois anos atendeu 116 pessoas, sendo 43 mulheres e 73 crianças e adolescentes, a cidade fortaleceu uma rede de proteção às mulheres e às crianças.

 

Entre as iniciativas, estão a capacitação do corpo clínico do Hospital Ministro Costa Cavalcanti para atendimento a vítimas de violência física, sexual e psicológica. Desde setembro de 2004, estas pessoas são atendidas no próprio hospital, por uma equipe preparada, que com discrição tenta deixar esse momento delicado, menos constrangedor. Cerca de 150 atendimentos foram realizados dessa forma. Assim, com diferentes parcerias, Foz do Iguaçu tem ajudado a mudar a realidade das mulheres vítimas de violência na cidade.