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Institucional
Capacitação da Nasa transforma CIH em polo regional de conhecimento
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15/07/2016
Menos de 20 dias após ter o status elevado a centro de categoria 2, outorgado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o Centro Internacional de Hidroinformática (CIH), sediado no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), promove seu primeiro curso de grande porte na área de gestão da água.
 
Ministrado por profissionais da Agência Espacial Americana, a Nasa, em parceria com o Programa Hidrológico Internacional (PHI), da Unesco, e com o próprio CIH, o curso reúne 18 países da América Latina e do Caribe, além de representantes da Bélgica e Inglaterra, entre os dias 13 e 21 de julho, no PTI.
 
“Esta relação com a Nasa abre um caminho para trazermos para cá outros cursos da agência espacial, reconhecida internacionalmente por sua produção científica”, afirmou o superintendente de Energias Renováveis de Itaipu e coordenador brasileiro do CIH, Herlon Goelzer de Almeida. 
 
De acordo com Herlon, a Itaipu vai formalizar um acordo com a Nasa para fazer do CIH um centro articulador de conhecimento para América Latina e Caribe na área de gestão territorial e proteção de água. “A gente conhece a Nasa por lançar foguete e, agora, eles estão aprendendo a lançar conhecimento compartilhado”, ilustrou.
 
Todo feito em software livre, o curso ensina os profissionais – gestores de recursos hídricos de seus países – a utilizarem os dados de satélites oferecidios gratuitamente pela Nasa para estimar a precipitação, a transpiração das florestas (evapotranspiração), além de monitorar eventos extremos como enchentes, secas, queimadas, entre várias outras informações.
 
Troca de experiências
 
O encontro é uma oportunidade de os países trocarem experiências de acordo com suas realidades locais, explica o engenheiro ambiental do CIH Alisson Rodrigues Alves. “O Brasil tem experiência em fazer reserva de água e o Chile é especialista em previsão de secas. Um país pode ajudar outro”, disse o engenheiro ambiental, em referência ao Centro de Água para Zonas Áridas e Semiáridas da América Latina e Caribe (Cazalac), do Chile, que também é centro categoria 2, da Unesco.
 
O CIH e o Cazalac, continua Alisson, vão fazer um convênio de troca de informações para melhorar o monitoramento de secas. O órgão do Chile pode casar seus dados de precipitação com o sistema de informações geográficas, do CIH, que traz dados sobre população, produção agrícola, entre outras. “Assim podemos saber quantas pessoas ou quais cultivos seriam atingidos por um seca extrema”, explicou Alisson.
 
Segundo o especialista da Unidade de Sistemas Hidrológicos e Escassez Hídrica, do PHI-Unesco, o belga radicado no Chile Koen Verbist, o objetivo da Unesco é que centros categoria 2 – casos do CIH e do Cazalac – se reúnam com frequência e busquem trocar informações. “É o objetivo dos centros quando são criados: fortalecer o programa da Unesco na área de segurança hídrica por meio da capacitação da região”, disse. 
 
Para o geógrafo da Itaipu Haroldo Virgílio, os produtos oferecidos pela Nasa facilitam o trabalho por dar uma escala regional às informações. “As informações da Nasa identificam a influência do clima nos programas socioambientais que a Itaipu desenvolve”, afirmou.
 
Em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria – que também participa do curso, a área ambiental de Itaipu coordena o Programa de Monitoramento da Qualidade de Água por Satélite, nos braços do reservatório. O objetivo é saber, em campo, se os dados fornecidos pelo sensoriamento remoto são confiáveis para identificar o aumento de matéria orgânica nos corpos d’água. A conclusão será conhecida no próximo ano.
 
Sobre o programa
 
O Centro Internacional de Hidroinformática (CIH) é binacional (Brasil e Paraguai) e foi criado há dez anos, em parceria com a própria PHI-Unesco. A principal missão é desenvolver ferramentas e soluções para auxiliar a gestão sustentável dos recursos hídricos. Com o novo status, de categoria 2 da Unesco, o CIH passou a fazer parte da “Família das Águas”, do órgão, e se tornou referência mundial no tema.
 
Entre as ações do CIH, está o estudo de soluções e metodologias de gestão de território, constituindo uma base de dados geográficos que permite a visualização de informações em mapas interativos e simulações aplicadas à gestão de bacias hidrográficas. Somente em 2015, o centro capacitou 173 pessoas em metodologias, técnicas e ferramentas de gestão territorial em software livre aplicado à gestão de recursos científicos, além de viabilizar dez publicações técnico-científicas