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Meio Ambiente
CAB se torna programa de cooperação do governo brasileiro
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28/03/2014

O Programa Cultivando Água Boa (CAB), da Itaipu Binacional e diversos parceiros, deu início neste mês de março a uma série de atividades de intercâmbio técnico e científico com os governos da Guatemala e da República Dominicana. Esse intercâmbio vem sendo facilitado pelo Ministério das Relações Exteriores, Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e pela Agência Nacional de Águas (ANA), que veem no CAB uma oportunidade de cooperação e aproximação com outros países latino-americanos.
     
A aproximação teve início no último mês de setembro, quando uma missão com representantes de governos diversos países esteve no Oeste Paranaense para conhecer as ações socioambientais que têm sido referendadas como um modelo de gestão de bacias hidrográficas por organismos internacionais, como a Unesco e a Carta da Terra.
     
Após esse contato inicial, veio a 1ª Reunião Interministerial Iberoamericana de Sustentabilidade, realizada em Foz do Iguaçu em novembro, e que contou com a participação de representantes de ministérios do meio ambiente de 18 países latino-americanos e da Espanha. Na oportunidade, foi assinado um termo de cooperação para reaplicação da metodologia do CAB em sete países.
    
Em março começou a parte prática dessa cooperação, com a ida de representantes da Itaipu à Guatemala e à República Dominicana, e com a participação do Itamaraty, ABC e ANA. O diretor de Coordenação da Itaipu, Nelton Friedrich, e o superintendente de Gestão Ambiental da empresa, Jair Kotz, cumpriram uma extensa agenda com mais de 30 compromissos com ministros, embaixadores, representantes do setor elétrico, ONGs e institutos de pesquisa dos dois países.
       
“Passados 10 anos da implantação do CAB e com todas as conquistas qualitativas e quantitativas verificáveis no território do programa, existe esse crescente interesse pela reaplicação da sua metodologia, que é centrada no diálogo, participação e responsabilidade compartilhada com todos os atores sociais”, afirma Friedrich.
    
Entre os principais compromissos assumidos pela Itaipu na missão realizada na América Central está um termo de compromisso assinado com o Instituto Nacional de Recursos Hídricos (Indrhi), da República Dominicana, que deverá resultar em diversos projetos de cooperação com enfoque de sustentabilidade e conservação de recursos naturais. Ainda nesse país, o CAB foi detalhadamente apresentado ao Ministro da Casa Civil, José Ramón Peralta Fernández, e ao ministro do Meio Ambiente, Bautista Gómez.
    
Na Guatemala, o CAB chegou a ser apresentado em uma reunião com representantes de oito ministérios, além de embaixadores de vários países latino-americanos, agências internacionais, universidades, prefeituras e ONGs. Um dos encaminhamentos naquele país é que, neste ano, serão implantados projetos-pilotos do CAB em duas microbacias hidrográficas, em projetos hidrelétricos em implantação.
          
Para dar continuidade a esse processo, uma das principais autoridades do setor elétrico guatemalteco esteve no Oeste Paranaense durante esta semana. O engenheiro Marinus Arie Boer Johannessen, gerente-geral da Inde, atesta o interesse pela metodologia da Itaipu.
    
“Eu fiquei muito surpreso ao conhecer de perto as ações da Itaipu”, conta Johannessen. “Pude ver gente muito contente com os benefícios do programa, principalmente com a independência financeira que conquistaram. Gente que tinha problemas com erosão, com solo pobre e hoje tem uma área altamente produtiva, vive bem, pode proporcionar estudo e carreira para os filhos. E, com isso, as famíias não migram para as cidades. Isso é muito positivo."
    
Na opinião do gerente-geral da Inde, a metodologia do CAB oferece uma alternativa sobre o modelo de compensações financeiras adotadas em projetos hidrelétricos porque “não se trata apenas de dar dinheiro para as famílias afetadas, mas sim ter um projeto de desenvolvimento”. “Acredito que poderemos adotar esse modelo, desde que consigamos adaptá-lo às características culturais da Guatemala, que é um país de muita diversidade”, acrescentou Johannessen.