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Até setembro, Foz sedia exposição do maior fotojornalista do mundo
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27/06/2014

As fotos, feitas ao longo da década de 1980 e início dos anos 90, ainda provocam o mesmo impacto de quando foram publicadas em livro e exibidas nas mais importantes cidades do mundo. Mescla de reportagem e arte, a mostra “Trabalhadores”, de Sebastião Salgado, está em cartaz no Ecomuseu de Itaipu, em Foz do Iguaçu.

A exposição traz 150 fotos de uma série de 29 reportagens sobre trabalho manual que contam – segundo depoimento do próprio fotógrafo – “o fim da grande Revolução Industrial”. Salgado registrou trabalhadores de 25 países, principalmente do Terceiro Mundo, mas também da França, Polônia, Rússia e até dos Estados Unidos. Foram essas reportagens que tornaram Salgado aquilo que ele nunca quis ser: uma celebridade.

“Meu trabalho não é arte e eu certamente não penso em mim como um artista: é reportagem”, diz o fotógrafo, que esteve em Foz do Iguaçu na abertura da exposição, no dia 6 de junho. "Eu sou antes de tudo um jornalista", reafirma.

“Infernos”
O seu método de trabalho, no entanto, é o de um artista. Cada foto sua, sempre em preto-e-branco, exige paciência e muito trabalho. Ele mesmo repete, rindo, o comentário de alguém que acompanhou a produção de algumas das fotos: “Sebastião, ver você trabalhar é como contemplar como cresce a grama”.
Foi assim que ele conseguiu resultados fantásticos em “infernos industriais” que incluem o garimpo de Serra Pelada, no Brasil, as minas de enxofre na Indonésia, os estaleiros de desmanche de navios em Bangladesh, a pesca de atum na Sicília, a escavação de canais de irrigação na Índia, um fétido matadouro em Dakota, no Sul dos Estados Unidos e o combate a incêndios colossais em poços de petróleo no Kwait, entre outros trabalhos e países.

Na Europa
Em meados dos anos 1990, depois da publicação do livro “Trabalhadores”, que se encontra esgotado no Brasil, a exposição passou por praticamente toda a Europa. Em Madri, na Espanha, duas mil pessoas por dia fizeram fila para ver a mostra, na Biblioteca Nacional, durante seis semanas.
Quando a exposição chegou ao Royal Festival Hall, de Londres, o jornal “The Independent” classificou as fotos de Salgado como “irrepreensivelmente românticas” e destacou que elas registram “os operários do mundo”, aqueles “que ainda trabalham com a mão e o suor de seu rosto”.

Gênesis
Além da mostra “Trabalhadores”, em Foz do Iguaçu, Sebastião Salgado tem outra exposição em cartaz no Brasil – “Gênesis”, uma coleção de 245 imagens capturadas em oito anos de viagens aos lugares mais extremos e impressionantes do planeta.
A exposição já passou pelo Rio de Janeiro, São Paulo, Santo André, Porto Alegre e atualmente está em cartaz em Belo Horizonte, até 24 de agosto, no Palácio das Artes.

Aniversário
A exposição no Ecomuseu, uma iniciativa da Itaipu Binacional, com patrocínio da Renault do Brasil e Instituto Renault, é em comemoração aos 40 anos da usina (17 de maio) e aos 100 anos de Foz do Iguaçu (o aniversário foi em 10 de junho).
Segundo Paulino Motter, coordenador do projeto e assessor do diretor-geral brasileiro da Itaipu, a exposição homenageia “os mais de 100 mil trabalhadores que estiveram envolvidos na construção da usina e que merecem ser lembrados neste aniversário”.

Ingressos e horários
A exposição ficará aberta ao público até 7 de setembro, período que abrange as férias escolares e a Copa do Mundo. O horário de funcionamento é de terça-feira a domingo, das 8h30 às 16h30.

A entrada no Ecomuseu de Itaipu é gratuita para os moradores de Foz do Iguaçu e dos demais municípios da área de influência de Itaipu (29 municípios da Bacia do Paraná 3).

Visitantes de outras localidades ou estrangeiros que adquirirem ingresso para a visita especial à Usina de Itaipu ganham ingresso de cortesia para o Ecomuseu.