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Meio Ambiente
Agricultor incorpora novas atividades e aumenta a renda em mais de 80%
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24/10/2013

A renda do agricultor Luiz Arruda, dono de uma propriedade de cinco hectares (50 mil metros quadrados) em São Miguel do Iguaçu, no Oeste do Paraná, aumentou mais de 80% nos últimos nove anos. Hoje, além de produzir hortaliças, palmito e café in natura, ele mantém uma agroindústria para fazer polpa de fruta e moer o café. Outra fonte de renda da propriedade é o turismo regional.

O incremento na renda no sítio de Luiz Arruda, com a incorporação de novas atividades, é um dos exemplos que serão apresentados no 2º Fórum Mundial de Desenvolvimento Econômico Local, que ocorre de 29 de outubro a 1º de novembro, em Foz do Iguaçu. O evento, que tem apoio de Itaipu Binacional e outras entidades nacionais e internacionais, vai reunir 2,5 mil representantes de mais de 50 países.

Cooperativismo

Há nove anos, Arruda passou a fazer parte da Associação de Produtores de Agricultura e Pecuária Orgânica de São Miguel do Iguaçu, (Aprosmi). Segundo ele, o que mais chama a atenção no sitio é produção orgânica. “Com a ajuda dos técnicos da Itaipu, troquei os agrotóxicos por defensivos naturais que eu mesmo produzo”, explica.

E não foram apenas os consumidores que sentiram a diferença. Desde que começou a consumir produtos orgânicos, o agricultor conta que a própria saúde melhorou. “Tinha muita dor de cabeça por causa do veneno. Hoje, não sinto nada”, afirma.

Turismo regional

Incentivado pelo Programa Cultivando Água Boa (CAB), desenvolvido por Itaipu na Bacia do Paraná 3, Luiz Arruda também incluiu o sítio no Circuito Turismo Regional, que reúne quatro propriedades de São Miguel do Iguaçu.

Todos os meses, o circuito recebe em média 200 turistas, de várias partes do mundo, interessados em conhecer como funciona uma propriedade familiar sustentável. O almoço com alimentos sustentáveis preparado no sítio de Arruda é um dos destaques do roteiro.

Para atender a demanda, o agricultor construiu uma cozinha e um salão para servir as refeições. O aspecto rústico, característico da vida no campo, e o cuidado com cada detalhe, agradam principalmente o visitante das grandes cidades.

“Quando comprei o sítio em 2001, não imaginava um aumento como esse na minha renda. Há nove anos, mudei totalmente a forma de produzir”, afirma Arruda.

Diversidade

Outro exemplo de agricultor que soube aproveitar as oportunidades locais é José Maioli, também de São Miguel do Iguaçu. A propriedade dele, chamada de Fonte do Macuco, é referência nacional de diversidade. Em 60,5 mil metros quadrados, o agricultor cultiva mais de 230 variedades de frutas e verduras; 250 de flores e arbustos; além de 110 opções de condimentos e plantas medicinais.

O sítio de Maioli também é parada obrigatória para turistas interessados em conhecer a produção orgânica. Um visitante ilustre que apareceu por lá foi o ator Marcos Frota. “Ele ficou encantado após percorrer as trilhas e saborear as frutas que crescem sem o uso de agrotóxico. No final, levou um quilo de café acabado de ser moído na minha agroindústria”, conta, orgulhoso.

Apaixonado por peças antigas, Maioli também mantém no local o Museu do Colono, com acervo de mais de cem peças e instrumentos que retratam a história e o modo de vida dos imigrantes da região.

Agregar valor

O presidente da Aprosmi, Adelar Soares, diz que antes da associação, os agricultores vendiam a produção apenas para as feiras e comércio próximos. Agora, além de agregar valor aos produtos, vendem para outras cidades e ainda recebem turistas do mundo todo. “A proposta era aumentar a renda das famílias. Conseguimos”, comemora.