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Africanos apresentam oportunidades de investimentos para brasileiros
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03/11/2016
 
Apesar da desaceleração econômica mundial e da queda nos preços das commodities, o crescimento para o conjunto dos países do continente africano alcançou de 3,5% em 2015 e, projetado, pode chegar a 4% em 2016 e 5% em 2017. São números bem acima dos registrados na Europa e pelas nações mais desenvolvidas. Apenas a Ásia cresce mais.
 
Para o presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB), o nigeriano Akinwumi Adesina, essa situação favorável posiciona a África como um importante destino para investimentos em diferentes áreas, especialmente de empresas e instituições brasileiras.
 
“É um grande potencial. Queremos melhorar a qualidade de vida dos africanos, com água de boa qualidade, energia e emprego. Por isso, a parceria com o Brasil é crucial para esse novo futuro da África”, afirmou Adesina, em vídeo gravado especialmente para a abertura do 4º Fórum Brasil África, nesta quinta-feira (3), no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), em Foz do Iguaçu (PR).
 
O fórum é organizado pelo Instituto Brasil África, com o apoio da Itaipu Binacional, e reúne representantes de 35 países e mais de cem instituições. O tema do encontro neste ano é Estratégias para o desenvolvimento de agricultura. O encerramento será nesta sexta-feira (4), com a participação do ministro de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Blairo Maggi.
 
Em seu pronunciamento, o presidente do AfDB listou as cinco prioridades eleitas pelo banco para a África – chamadas de High 5s: energia elétrica, alimentação, industrialização, integração do continente e melhoria da qualidade de vida do povo africano. Esses temas deverão nortear os investimentos do banco na próxima década.
 
“A economia mundial está caindo, mas a África está em passo de crescimento. Todos os países crescem acima da média global”, reforçou – após informar que teve de cancelar a participação pessoal no fórum na última hora, por causa de compromisso extraordinário, mas que fez questão de gravar o depoimento. Uma comitiva com diretores do banco, porém, está na cidade para participar do evento. “A economia da África é resiliente e o setor privado vai ter um papel chave nesse processo”, disse o presidente.
 
Adesina lembrou ainda que muitos dos desafios já foram superados pelo Brasil, como a questão da energia. Do outro lado do Atlântico, porém, apesar do vasto potencial hidráulico, milhões de africanos ainda não têm acesso à luz elétrica. “A África começa a sair das trevas e o banco está aberto para ajudar”, reforçou.
 
Exemplo do agronegócio
 
O diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, citou que em cinco décadas o Brasil deixou de ser importador de alimentos para se transformar em um dos maiores exportadores do mundo. Essa experiência, segundo ele, e as tecnologias desenvolvidas por instituições como a Embrapa poderão ajudar o continente africano a superar seus desafios, produzindo com qualidade e sem afetar o meio ambiente.
 
Samek destacou ainda o papel do agronegócio na região Oeste do Paraná, local escolhido neste ano para o Fórum Brasil África. “É impossível encontrar um lugar melhor para debater a agricultura do que o Oeste do Paraná. Porque esta é a região que mais produz alimentos no Brasil”, disse, lembrando que o Estado ocupa apenas 2,3% do território brasileiro, mas abriga 20% da produção agropecuária nacional.
 
De acordo com diretor de Itaipu, o exemplo paranaense mostra que a transformação da proteína vegetal (como a soja e o milho) em proteína animal (frangos e suínos) resulta em produtos com maior valor agregado, criando milhares de empregos e melhoria da qualidade de vida da população. “Porque, para fazer essa transformação, é preciso profissionais de todas as áreas. E as cidades que tinham IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) baixo, hoje têm uma condição de vida muito melhor.”
 
Ainda de acordo com Samek, “no que depender de Itaipu, vamos estabelecer cada vez mais essa aliança do bem [com o continente africano], para construir um mundo melhor”. “É inadmissível que no século 21 pessoas ainda vivam sem energia elétrica. Queremos criar um mundo em que todos tenham acesso à tecnologia, e isso passa por energia. E a fome é um problema ainda mais grave. Por isso, o conhecimento que temos aqui acumulado está à disposição do povo africano”, completou.