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Meio Ambiente
3º Encontro Cultivando Água Boa termina com elaboração da carta “Pactos pela Vida Saudável
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01/12/2006

O 3º Encontro Cultivando Água Boa terminou nesta sexta-feira (1º de dezembro), com a celebração da carta “Pactos pela Vida Sustentável”, documento que traz cerca de 40 propostas para assegurar a preservação do meio ambiente e a qualidade de vida das populações. As propostas foram discutidas e elaboradas pelos participantes durante as oficinas temáticas e devem ser implantadas a curto, médio e longo prazo.

 

No total, 2.300 pessoas participaram do 3º Encontro Cultivando Água Boa. Durante os dois dias de evento, os participantes avaliaram o trabalho ambiental realizado em 29 microbacias do Oeste do Paraná e também discutiram propostas voltadas ao desenvolvimento sustentável da região da Bacia do Prata.

 

“O evento reuniu diferentes atores na construção de uma rede de novas propostas e de aprimoramento das ações já realizadas”, declarou o diretor de Coordenação da Itaipu, Nelton Friedrich.

 

Os debates foram divididos por oficinas temáticas: Gestão por Bacia Hidrográfica e Monitoramento Participativo; Desenvolvimento Agropecuário Sustentável; Plantas Medicinais na Atenção à Saúde; Inclusão Socioambiental; Biodiversidade Trinacional; Educação Ambiental para Sustentabilidade na Bacia Hidrográfica Paraná 3; Produção de Peixes em Nossas Águas; Programa de Geração Distribuída com Biogás e Saneamento Ambiental; e Comunidade Avá-Guarani.

 

Em cada oficina temática, foram aprovadas três propostas para curto prazo, uma para médio prazo e uma para longo prazo. Sobre o tema Gestão por Bacia Hidrográfica, uma das propostas aprovadas, para médio prazo, é a ampliação do programa Cultivando Água Boa para todas as áreas da Bacia do Paraná 3, Mato Grosso do Sul e bacias adjacentes do Paraguai. Também foram aprovadas propostas de ampliação da Rede de Assistência Técnica para a agricultura familiar e orgânica, tanto nos municípios contemplados quanto naqueles que ainda não possuem o convênio, e de capacitação de profissionais de saúde, voltados à atenção básica, na área de Plantas Medicinais.

 

Os projetos socioambientais, como o Jovem Jardineiro e Coleta Solidária, também foram contemplados durante o encontro, através de propostas para a ampliação dos projetos e garantia de renda digna. Já na área de Educação Ambiental foi aprovada a proposta de implementação, a curto prazo, da Agenda 21 do Pedaço nas escolas municipais, estaduais, particulares e nas comunidades.

 

Para a atividade pesqueira, as propostas são de aumentar o incentivo à aqüicultura, através de subsídios para os pescadores, e tornar os pescadores agentes ambientais. Já para a comunidade Avá-Guarani, uma das propostas aprovada é a de viabilizar a aquisição e a regularização fundiária de novas terras destinadas ao povo indígena.

 

Todas as propostas aprovadas estão em sintonia com a Agenda 21 Global, Brasileira e do Paraná. 

 

Oeste consome e exporta produtos orgânicos

 

Da ponta da produção até o consumo final, cresce o interesse por produtos orgânicos em todo o mundo. No Oeste do Paraná, agricultores e pequenos empresários estão ganhando dinheiro com esse mercado – altamente lucrativo.

 

Um bom negócio para o meio ambiente, para a saúde e também para o bolso de quem está apostando na atividade. 

 

A produção é ilimitada, do plantio de sementes até a fabricação de cachaça em grande escala.

 

Boa parte desses produtos foi exposta na Feira Vida Orgânica, do 3º Encontro do Programa Cultivando Água Boa, no Centro de Convenções, de Foz do Iguaçu.

 

Estimulando o consumo

 

Por iniciativa própria, dois empregados de Itaipu decidiram dar uma mãozinha para estimular o consumo de produtos orgânicos no bairro onde moram.

 

Maria Emília Medeiros de Souza, Marcos Antonio Baumgartner e a esposa dele, Márcia, montaram uma sala na Associação dos Moradores da Vila A. Ali, eles prestam informações e comercializam os mais diferentes produtos orgânicos. O achocolatado é o que faz mais sucesso, diz Maria Emília. Os dois aproveitaram a feira para expor os produtos.

 

A idéia de montar a sala surgiu no encontro do Programa Cultivando Água Boa, do ano passado, em Foz. “Nós vimos que havia um grande incentivo de Itaipu para a produção e decidimos incentivar também o consumo, mostrando os benefícios do produto orgânico para a população”, explica Marcos.

 

Peixe defumado

 

Do Lago de Itaipu, o pescador Almiro Vogel, de Santa Terezinha de Itaipu, garante a sobrevivência da família de seis pessoas. Ele é um dos beneficiados pelo projeto de tanques-redes da Itaipu. Mas não é apenas com a pesca que ele ganha dinheiro.

 

Empreendedor, Almiro aposta na produção e venda de peixes defumados, projeto também apoiado por Itaipu. E não tem do que reclamar. Na Semana Santa, o pescador já chegou a comercializar 1.500 peixes. 

 

O peixe pequeno é vendido a R$ 5,00 e o grande a R$ 8,00. A venda é feita em feiras de toda a região.

 

Agora, Almiro está incrementando a produção com mais uma novidade no cardápio: patê defumado. Uma delícia!

 

Na moda

 

E não é só no prato do consumidor que os produtos orgânicos ganham espaço. Na moda também. Roupas e artesanatos em geral, confeccionados com um algodão modificado geneticamente – que nasce nas cores creme, bege e verde – lá em Campina Grande, na Paraíba, é grande sucesso de venda em Foz do Iguaçu.

 

Os turistas estrangeiros são os principais consumidores, diz Liliane Pucketti.  Para conferir a moda que faz a cabeça dos “gringos” e de muitos brasileiros, é só dar uma passadinha no Aeroporto de Foz. Em breve, a confecção ganhará espaço num shopping de Foz do Iguaçu.

 

Artesanato local

 

Mas não é preciso ir tão longe para adquirir artesanato de boa qualidade. As bijuterias e pequenas esculturas de madeira, que retratam especialmente os bichos da região – produzidas pelos índios da comunidade avá-guarani, de São Miguel do Iguaçu, são comercializadas em toda parte.

 

“E os turistas adoram”, diz orgulhoso, Oscar Benitez, que garante a sobrevivência da família graças ao artesanato.

 

Tipo exportação

 

Que a cachaça brasileira é imbatível, o mundo todo já sabe. A grande novidade é que a cachaça orgânica produzida na região – testada e aprovada por brasileiros e turistas que visitam Foz do Iguaçu – está sendo exportada. Depois de ganhar mercado no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, nossa cachaça foi parar na Alemanha, Japão e China.

 

A cachaça é produzida pela Cooperativa dos Produtores de Cachaça Artesanal do Oeste do Paraná (Copercachaça) com sede em Foz do Iguaçu. Por enquanto, o engarrafamento é feito em Toledo, mas em breve será feito na própria fábrica da cooperativa, em fase de construção na Rodovia da Cataratas, em Foz. São garrafas de 50 ml, 150 ml e 700 ml.

 

A cooperativa tem 32 associados e gera 150 empregos diretos e outros 300 indiretos, diz Ennes Mendes da Rocha, representante de vendas da Copercachaça.

 

De aposentada a pequena empresária

 

Loici Coletto, que sempre esteve envolvida com projetos de plantas medicinais, em Itaipu, agora, aposentada, está investindo num negócio bem apropriado: sabonetes, xampus e sais de banho produzidos artesanalmente.

 

O trabalho é feito em casa, com a ajuda da filhas Clarisse e Caroline. A maior parte da produção é feita sob pedido.  “É uma terapia trabalhar com esses produtos, já que a gente mexe com essências e formas! É muito gratificante”, diz Loici.